Boa noite.
Esta semana decidimos fazer algo diferente para colocar aqui na nossa página.
Entrevistamos o Diogo Oliveira, nosso treinador do escalão de Sub7 e aproveitamos para saber um pouco mais acerca das suas experiências no mundo do futebol.
1 - De onde surgiu o interesse e gosto por Futebol?
Olá a todos! Antes de mais quero agradecer ao coordenador Sérgio Cunha a oportunidade que me deu, de poder partilhar algumas opiniões acerca do trabalho que tem sido desenvolvido este ano na Gondofute, bem como algumas curiosidades da minha passagem pelo mundo do Futebol.
Pois bem, o gosto pelo Futebol surgiu muito cedo, sensivelmente aos 4 anos de idade, quando o meu pai me levou pela primeira vez a um estádio de Futebol. Estaria a mentir se dissesse que gostei muito do jogo, porque na verdade nem me recordo sequer do resultado, mas a verdade é que o meu entusiasmo pela modalidade “nasceu” nesse dia.
2 - Alguma vez jogaste futebol de competição?
Joguei futebol de competição durante 5 épocas desportivas, entre 2004 e 2009.
3 - Em que clubes passaste enquanto jogador?
Durante a minha formação joguei apenas num clube – o Sport Clube de Rio Tinto – pelo qual, importa frisar, tenho muito apreço.
4 - Tiveste algum ídolo ou referência enquanto jogador?
As referências são, na minha conceção, cada vez mais importantes no processo de socialização dos jovens atletas. Todos os atletas procuram um modelo com o qual se identificam mais ou com o qual gostavam de vir a ser um dia. Durante a minha vida apreciei inúmeros jogadores, embora os meus principais ídolos tenham sido Zinédine Zidane, João Pinto e Ion Timofte.
5 - Começaste a jogar com que idade?
Com 14 anos, no escalão de Iniciados.
6 - Achas que é a idade adequada para começar?
Claramente que não! A entrada no mundo do Futebol deve, a meu ver, ser proporcionada o mais cedo possível. Na nossa escola de formação temos atletas com 3 e 4 anos de idade, por exemplo. É verdade que a entrada precoce numa modalidade não é um pré-requisito para se ter sucesso, contudo a quantidade de estímulos aos quais os atletas são sujeitos permite-lhes estar mais próximos do sucesso, facilitando-lhes o contacto com a modalidade!
*Falando um pouco da tua carreira de treinador.
7 - Começou há quantos anos? Em que clube?
A minha carreira como treinador de Futebol iniciou-se há quatro anos, no clube que represento até hoje – o Gondomar Sport Clube.
8 - Como é que surgiu essa oportunidade?
Na época de 2010/2011 surgiu uma vaga, como treinador adjunto, no escalão de Infantis A do Gondomar Sport Clube. Fui convidado pelo antigo coordenador, o Professor João Neves, para integrar os trabalhos da equipa. Confesso que aceitei o cargo sem grandes hesitações, porque se tratava de uma oportunidade muito atrativa.
9 - Repetindo a pergunta, qual é a tua referência enquanto treinador?
Pep Guardiola: porque defende uma cultura e uma ideia de jogo com a qual me identifico. José Mourinho: porque é, simplesmente, especial. Jurgen Klopp: por toda a paixão que consegue entregar ao jogo!
10 - Estás há quantos anos a treinar aqui no Gondomar?
Treino no clube há quatro épocas. As duas primeiras épocas como treinador adjunto no escalão de Infantis A, a terceira como treinador principal no escalão de Iniciados B e a quarta (em curso) como treinador principal dos Sub7 da Gondofute.
*Este ano representou um novo desafio para ti enquanto treinador.
11 - Que balanço fazes da época até agora?
A integração neste projeto permitiu-me, acima de tudo, refletir mais sobre aquilo que deve ser o processo de ensino no Futebol de Formação. Confesso que no início estava com algum receio do que poderia encontrar, talvez pelo facto de ser uma experiência diferente dos desafios pelos quais tinha passado. Isto porque o trabalho de iniciação deve ser delineado com bastante cuidado, pois é a partir deste momento que os nossos atletas têm oportunidade para adquirir determinadas competências que lhes poderão ser úteis no futuro. Tal como numa pirâmide, se tivermos uma base de sustentação frágil, com toda a certeza que o topo será instável.
Respondendo diretamente à questão, penso que tem sido uma época desportiva bastante positiva, quer a nível pessoal como coletivo! Admito que tenha tido a sorte de trabalhar com um grupo de atletas fantásticos, que está sempre disponível para aprender mais e mais (e isso, parecendo que não, influencia imenso o trabalho do treinador), mas aquilo que mais me orgulha é poder presenciar a alegria que todos têm quando lhes é dada uma bola para o pé. A paixão que os move faz metade do trabalho, a outra metade provém do talento e da dedicação de cada um. Espero estar a criar condições, em conjunto com o meu colega Gonçalo Cochofel, para que esta geração de atletas orgulhe o clube daqui a alguns anos.
12 - Para terminarmos, que conselhos gostarias de deixar aos nossos alunos e aos pais?
Aos nossos atletas gostava, acima de tudo, de lhes relembrar que só com muito trabalho e dedicação é que os resultados podem ser positivos. Sejam ambiciosos, procurem sempre corrigir o que se encontra mal e melhorar o que se encontra bem. Têm vários treinadores (dentro da Gondofute e do próprio clube) que vos podem ajudar e aconselhar pessoalmente, portanto não hesitem. O conhecimento só se adquire se existir partilha. Se o vosso sonho é chegar longe, então acreditem muito e trabalhem para ele!
Aos pais aconselho, mais do que nunca, paciência! Paciência para “perder” 1h/2h a apreciar a felicidade do(s) seu(s) filho(s). Paciência para facilitar a aprendizagem do atleta, deixando o erro surgir (porque é assim que todos aprendemos, através de tentativa-erro). Paciência para respeitar a opinião do treinador, por muito diferente que ela possa ser. Paciência para apoiar nos bons e nos maus momentos. Paciência para não criticar o trabalho do próximo. Paciência para perceber que este meu conselho é dirigido a todos os pais, mas que é pensado para o sucesso dos nossos jovens atletas. Porque, tal como os ídolos futebolísticos, também os Pais são referências para os nossos alunos!
Obrigado!
Com os melhores cumprimentos,
Diogo Oliveira
